Filosofia da religião
criado em 03/03/2015, 21h00m.
- ”A little philosophy inclineth man's mind to atheism; but depth in philosophy bringeth men's minds about to religion” (Francis Bacon).
”Prefiro acreditar em todas as fábulas da Lenda Dourada, do Talmude e do Alcorão a acreditar que esta estrutura universal não tenha espírito” (Francis Bacon)
”A religião é uma defesa contra a experiência de deus” (Jung).
”todas as definições do fenômeno religioso têm uma característica comum: cada qual, à sua maneira, opõe o Sagrado e a vida religiosa ao [Profano] e à vida secular” (Eliade).
Este verbete trata sobre a filosofia da religião, e não sobre teologia, ou religião propriamente dita. Religião, ciência, arte e filosofia são discursos paralelos que tentam explicar o mundo, cada qual usando a sua ferramenta principal e não exclusiva, respectivamente a fé, a evidência, a intuição e a razão (reveja o caso dos Seis sábios vendados).
Religião seria, conforme Durkheim, um sistema solidário de crenças seguintes a coisas sagradas, e de práticas relativas a essas coisas sagradas (isto é, separadas, proibidas); as crenças e práticas unem na mesma comunidade moral, chamada igreja, os que a elas aderem.
A teologia seria o estudo sistemático acerca da divindade, sua essência, existência e atributos. Tem (pelo menos desde a obra de Agostinho de Hipona [2]) como ponto de partida a revelação, ou seja, a fé.
Já a filosofia da religião seria o exame filosófico (isto é, fundando apenas na razão e nunca na fé) dos temas e conceitos envolvidos nas diversas tradições e manifestações religiosas. Discute o significado, conceito e sentido das crenças relativas a Deus, das variedades da experiência religiosa, a relação entre ciência e religião, a natureza do bem e do mal, os fundamentos da ética, a morte, o lugar do homem no cosmos e frente àquilo que porventura transcenda o cosmos [1]. Essas questões ocuparam quase todos os filósofos desde a Grécia, e em certos momentos não foram tratadas por critérios puramente racionais (no medievo, por exemplo, Patrística e Escolástica tratavam teologia, filosofia e religião como uma coisa só). Por essa época também se entendeu que uma das metas da filosofia da religião seria demonstrar racionalmente a existência de Deus (v. Santo Anselmo); hoje, todavia, prevalece o entendimento de que essa não é uma questão solúvel apenas com o emprego da razão, de forma que não pertence à filosofia. Kant adverte que não é tarefa da filosofia fundamentar ou refutar princípios religiosos.
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Notas:
[1] Taliaferro, Charles, “Philosophy of Religion”, The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Winter 2014 Edition), Edward N. Zalta (ed.), disponível aqui.
[2] Murray, Michael J. and Rea, Michael, “Philosophy and Christian Theology”, The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Winter 2016 Edition), Edward N. Zalta (ed.), disponível aqui.
[1] Taliaferro, Charles, “Philosophy of Religion”, The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Winter 2014 Edition), Edward N. Zalta (ed.), disponível aqui.
[2] Murray, Michael J. and Rea, Michael, “Philosophy and Christian Theology”, The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Winter 2016 Edition), Edward N. Zalta (ed.), disponível aqui.
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