Verbetes relacionados:
Agnosticismo
Anaxágoras
Aristóteles
Ateísmo
Berkeley
Buda
Budismo
Calvinismo
Confúcio
Deísmo
Demócrito
Duns Scotus
Durkheim, religião e socialismo
Erasmo de Roterdã
Escatologia
Escola sofística
Fatalismo
Fenomenologia
Feuerbach
Henoteísmo
Henri Bergson
Heráclito
História da filosofia no Brasil
História da filosofia no Brasil (DESKTOP-V138KC6's conflicted copy 2017-12-04)
Logos
Lutero
Maimônides
Marcel Gauchet
Moisés de Narbonne
Pascal
Pitagorismo
Platão
Reforma
René Girard
Sagrado
Santayana
Spinoza
Spinoza atual como nunca
Teísmo
Teologia negativa cristã
Trigo, Pensamento filosófico
Unamuno
Zoroastrismo


AlbertoSantos.org       Capa   |   direito   |   filosofia   |   resenhas   |   emap   |   mapa   |   Busca


Filosofia da religião


criado em 03/03/2015, 21h00m.

    ”A little philosophy inclineth man's mind to atheism; but depth in philosophy bringeth men's minds about to religion” (Francis Bacon).

    ”Prefiro acreditar em todas as fábulas da Lenda Dourada, do Talmude e do Alcorão a acreditar que esta estrutura universal não tenha espírito” (Francis Bacon)

    ”A religião é uma defesa contra a experiência de deus” (Jung).

    ”todas as definições do fenômeno religioso têm uma característica comum: cada qual, à sua maneira, opõe o Sagrado e a vida religiosa ao [Profano] e à vida secular” (Eliade).
* * *


Este verbete trata sobre a filosofia da religião, e não sobre teologia, ou religião propriamente dita. Religião, ciência, arte e filosofia são discursos paralelos que tentam explicar o mundo, cada qual usando a sua ferramenta principal e não exclusiva, respectivamente a fé, a evidência, a intuição e a razão (reveja o caso dos Seis sábios vendados).

Religião seria, conforme Durkheim, um sistema solidário de crenças seguintes a coisas sagradas, e de práticas relativas a essas coisas sagradas (isto é, separadas, proibidas); as crenças e práticas unem na mesma comunidade moral, chamada igreja, os que a elas aderem.

A teologia seria o estudo sistemático acerca da divindade, sua essência, existência e atributos. Tem (pelo menos desde a obra de Agostinho de Hipona [2]) como ponto de partida a revelação, ou seja, a fé.

Já a filosofia da religião seria o exame filosófico (isto é, fundando apenas na razão e nunca na fé) dos temas e conceitos envolvidos nas diversas tradições e manifestações religiosas. Discute o significado, conceito e sentido das crenças relativas a Deus, das variedades da experiência religiosa, a relação entre ciência e religião, a natureza do bem e do mal, os fundamentos da ética, a morte, o lugar do homem no cosmos e frente àquilo que porventura transcenda o cosmos [1]. Essas questões ocuparam quase todos os filósofos desde a Grécia, e em certos momentos não foram tratadas por critérios puramente racionais (no medievo, por exemplo, Patrística e Escolástica tratavam teologia, filosofia e religião como uma coisa só). Por essa época também se entendeu que uma das metas da filosofia da religião seria demonstrar racionalmente a existência de Deus (v. Santo Anselmo); hoje, todavia, prevalece o entendimento de que essa não é uma questão solúvel apenas com o emprego da razão, de forma que não pertence à filosofia. Kant adverte que não é tarefa da filosofia fundamentar ou refutar princípios religiosos.

Verbetes que tratam do tema ^:
Notas:

[1] Taliaferro, Charles, “Philosophy of Religion”, The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Winter 2014 Edition), Edward N. Zalta (ed.), disponível aqui.

[2] Murray, Michael J. and Rea, Michael, “Philosophy and Christian Theology”, The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Winter 2016 Edition), Edward N. Zalta (ed.), disponível aqui.