Agostinho de Hipona
Teologia. Busca de justificação racional para a crença em deus e na alma imortal. Recupera pensamentos de Platão (ou a versão que Plotino deu a eles, misturando ideias de Pitágoras e outros [4]) para conceber um deus perfeito que pertence a uma realidade perfeita, imaterial e atemporal [2].
MetafÃsica, filosofia. Para conciliar Plotino com o Gênesis, criou um conceito de Tempo: Deus existe fora do tempo, o qual começou somente com a criação do mundo. Para ^ o tempo é subjetivo e existe na mente humana como um aspecto de nossa maneira de ver as coisas. Não podemos ver o mundo de outra forma – embora a realidade última não esteja sujeita ao tempo [4] [5].
Ética: a bondade não é possÃvel sem a intervenção da graça divina, ou seja, é uma espécie de predestinação [4]. Conceito de homem: (a) homem ser uno, corpo e alma na unidade da natureza humana; (b) homem como ser itinerante, em busca do caminho para a eternidade; (c) homem como ser para Deus [6].
Epistemologia: o primeiro a dizer que nada podemos saber sobre a realidade, que está além de nós em todos os sentidos – exceto que existimos e que estamos pensando (antecipou a ideia de Descartes) [4].
Filosofia polÃtica. O governo é uma forma de punição pelo pecado original [3].
Citações:
“Senhor, dai-me a castidade – mas não ainda†(Confissões, Livro VIII, cap.7).
“Para muitos, a abstinência total é mais fácil do que a moderação perfeita†(Sobre os benefÃcios do casamento, cap.21).
“Que é, pois, o tempo? Quem poderá explicá-lo clara e brevemente? Quem poderá apreendê-lo, mesmo só como pensamento, para depois nos traduzir por palavras o seu conceito? E que assunto mais familiar e mais freqüente nas nossas conversas do que o tempo? Quando dele falamos, compreendemos o que dizemos. Compreendemos também o que nos dizem quando dele nos falam. O que é, por conseguinte, o tempo? Se ninguém me perguntar, eu sei; se quiser explicá-lo a quem me fizer a pergunta, já não sei. Porém, atrevo-me a declarar, sem receio de contestação, que, se nada sobrevivesse, não haveria tempo futuro, e se agora nada houvesse, não existia o tempo presente. De que modo existem aqueles dois tempos – o passado e o futuro – se o passado já não existe e o futuro ainda não veio? Quanto ao presente, se fosse sempre presente e não passasse para o pretérito, já não seria tempo mas eternidade. Mas se o presente, para ser tempo, tem necessariamente de passar para o pretérito, como podemos afirmar que ele existe, se a causa da sua existência é a mesma pela qual deixará de existir? Para que digamos que o tempo verdadeiramente só existe porque tende a não ser?†(Confissões, Livro XI, cap.14).
“Definitivamente, meço o tempo em minha mente. Tudo aquilo que acontece deixa uma impressão em minha mente e essa impressão permanece por muito tempo após aquilo ter deixado de existir. É a impressão que eu meço, porque ela ainda está presente, e não a coisa em si, que causa a impressão e depois desaparece no passado. Quando meço o tempo, é a impressão que eu meço. O tempo é isso – do contrário, não tenho como medi-lo†(Confissões, Livro XI, cap.).
“Precipitei-me finalmente no amor, armadilha que eu mesmo armara. Ó meu Deus, Misericórdia minha, ah! quanto fel derramou a Vossa bondade nestas delÃcias!†(Confissões, Livro III, cap.1).
“Ainda que eu esteja errado, ainda assim existo. O ser que não existe não pode se enganar. Por isso, se me engano, existo. Logo, se o fato de estar enganado prova que eu existo, como posso estar errado quando penso que existo, se meu erro confirma minha existência. Por isso, devo existir para que possa estar errado, logo, mesmo que esteja errado, não se pode negar que não o estou na minha certeza de que eu existo. Portanto, não estou errado ao saber que sei. Pois da mesma forma que sei que existo, também sei que sei†(A cidade de Deus, Livro XI, cap.26).
“Parece-me, então, que o tempo é simplesmente uma extensão, embora não tenha idéia de extensão do quê. Começo a ponderar se não seria uma extensão da própria mente†(Confissões, Livro XI, cap.26).
“Senhor, dai-me a castidade – mas não ainda†(Confissões, Livro VIII, cap.7).
“Para muitos, a abstinência total é mais fácil do que a moderação perfeita†(Sobre os benefÃcios do casamento, cap.21).
“Que é, pois, o tempo? Quem poderá explicá-lo clara e brevemente? Quem poderá apreendê-lo, mesmo só como pensamento, para depois nos traduzir por palavras o seu conceito? E que assunto mais familiar e mais freqüente nas nossas conversas do que o tempo? Quando dele falamos, compreendemos o que dizemos. Compreendemos também o que nos dizem quando dele nos falam. O que é, por conseguinte, o tempo? Se ninguém me perguntar, eu sei; se quiser explicá-lo a quem me fizer a pergunta, já não sei. Porém, atrevo-me a declarar, sem receio de contestação, que, se nada sobrevivesse, não haveria tempo futuro, e se agora nada houvesse, não existia o tempo presente. De que modo existem aqueles dois tempos – o passado e o futuro – se o passado já não existe e o futuro ainda não veio? Quanto ao presente, se fosse sempre presente e não passasse para o pretérito, já não seria tempo mas eternidade. Mas se o presente, para ser tempo, tem necessariamente de passar para o pretérito, como podemos afirmar que ele existe, se a causa da sua existência é a mesma pela qual deixará de existir? Para que digamos que o tempo verdadeiramente só existe porque tende a não ser?†(Confissões, Livro XI, cap.14).
“Definitivamente, meço o tempo em minha mente. Tudo aquilo que acontece deixa uma impressão em minha mente e essa impressão permanece por muito tempo após aquilo ter deixado de existir. É a impressão que eu meço, porque ela ainda está presente, e não a coisa em si, que causa a impressão e depois desaparece no passado. Quando meço o tempo, é a impressão que eu meço. O tempo é isso – do contrário, não tenho como medi-lo†(Confissões, Livro XI, cap.).
“Precipitei-me finalmente no amor, armadilha que eu mesmo armara. Ó meu Deus, Misericórdia minha, ah! quanto fel derramou a Vossa bondade nestas delÃcias!†(Confissões, Livro III, cap.1).
“Ainda que eu esteja errado, ainda assim existo. O ser que não existe não pode se enganar. Por isso, se me engano, existo. Logo, se o fato de estar enganado prova que eu existo, como posso estar errado quando penso que existo, se meu erro confirma minha existência. Por isso, devo existir para que possa estar errado, logo, mesmo que esteja errado, não se pode negar que não o estou na minha certeza de que eu existo. Portanto, não estou errado ao saber que sei. Pois da mesma forma que sei que existo, também sei que sei†(A cidade de Deus, Livro XI, cap.26).
“Parece-me, então, que o tempo é simplesmente uma extensão, embora não tenha idéia de extensão do quê. Começo a ponderar se não seria uma extensão da própria mente†(Confissões, Livro XI, cap.26).
Notas e adendos:
[1] f. pr.: B2011f p72.
[2] V2013g.
[3] B2011f 172.
[4] S1999s.
[5] Isso identifica Deus com o Uno do Neoplatonismo e com a vontade de Schopenhauer. E o conceito de tempo é similar ao de Kant, havendo quem diga que este só melhorou a ideia de ^.
[6] T2013p.
Páginas que tratam do tema ^: