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Descartes



“É necessário que ao menos uma vez na vida você duvide, tanto quanto possível, de todas as coisasâ€. Dúvida metódica: uma reflexão que deixa de lado qualquer crença cuja verdade possa ser contestada, mesmo em parte. Dúvida hiperbólica, ferramenta filosófica (ninguém jamais duvidou realmente de todas as coisas). A única certeza é a da própria existência. Abandonou a fórmula “penso, logo existo†em favor de “penso, existoâ€, porque a percepção de que existo é uma Intuição direta, e não a conclusão de um argumento. Duvidar de que estou pensando é pensar. “Devemos investigar que tipo de conhecimento a razão humana é capaz de atingir, antes que comecemos a adquirir conhecimento sobre as coisas em particularâ€. Sobre sua obra, supôs que a maioria “não se incomodará em apreender a ordem adequada dos meus argumentos e a conexão entre eles, mas simplesmente tentará reclamar de frases individuais, como é a moda†[1]. Homem é um ser constituído de duas substâncias distintas, mente e corpo [2] /v. Dualismo/.

Com ^, (a) mundo deixa de ser corpo dotado de princípio imanente de movimento (Aristóteles) e torna-se máquina analisável pela razão e reproduzível na forma de um modelo matemático; (b) mundo-máquina e homem-máquina; (c) inversão da ordem dos questionamentos: para Aristóteles a filosofia ia da física para a metafísica, e para Descartes o contrário: método cartesiano procura primeiro o fundamento último da certeza (metafísico) e daí procede dedutivamente até a física; (d) a razão (o espírito) separa-se do corpo não para ascender ao mundo das ideias, e sim para melhor conhecer e dominar o mundo da matéria [3].



Notas e adendos:

[1] B2011f.

[2] B2011f 139.

[3] T2013p.