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Escola de Frankfurt


vb. criado em 08/05/2015, 22h08m.


Criadora da chamada Teoria crítica.

Noção: ^ contrapõe-se à teoria tradicional (cartesiana); unir teoria e prática; incorporar ao pensamento tradicional dos filósofos uma tensão com o presente. Horkheimer, 1937, “Teoria Tradicional e Teoria Críticaâ€. Escola de Frankfurt.

Objetivos: a) explicar, historicamente, como se dava a organização e a consciência dos trabalhadores industriais; b) entender a cultura como elemento de transformação da sociedade.

Ponto de partida: crítica ao caráter cientificista das ciências humanas, à crença irrestrita na base de dados empíricos e na administração como explicação dos fenômenos sociais (as ciências que “reduzem†seus estudos à coleta e classificação de dados (como acontece com a pesquisa norte-americana) vedam a si próprias a verdade).

pressupostos: usa os do Marxismo para explicar o funcionamento da sociedade e a formação de classes, e os da [Psicanálise] para explicar a formação do indivíduo, enquanto elemento que compõe o corpo social.

mídia: ao que os funcionalistas chamam de “cultura de massa†a ^ diz que seria uma maneira “camuflada†de indicar que ela parte das bases sociais e que, portanto, seria produzida pela própria massa. Na verdade seria uma “indústria culturalâ€.

Propostas:

a) autocrítica do esclarecimento e de visualização das ações de dominação social,

b) esclarecimento da sociedade quanto às ordens instituídas

c) oferecer um comportamento crítico nos confrontos com a ciência e a cultura,

d) apresentar uma proposta política de reorganização da sociedade,

e) superar a “crise da razãoâ€, que tornou-se elemento de conformidade e de manutenção do status quo,

f) crítica à fragmentação da ciência em setores na tentativa de explicar a sociedade (ordens funcionais - a sociedade entendida como sistemas e sub-sistemas) (as disciplinas setoriais desviam a compreensão da sociedade como um todo e, assim, todos ficam submetidos à razão instrumental (o próprio status quo) e acabam por desempenhar uma função de manutenção das normas sociais),

g) propõe a dialética como método para entender a sociedade, buscando uma investigação analítica dos fenômenos estudados, relacionando estes fenômenos com as forças sociais que os provocam,

Em resumo, interpretar as relações sociais a fim de contextualizar os fenômenos que acontecem na sociedade.

Uma citação
    “Em meu ensaio “Teoria Tradicional e Teoria Crítica†apontei a diferença entre dois métodos gnosiológicos. Um foi fundamentado no Discours de la Méthode (Descartes), cujo jubileu de publicação se comemorou neste ano, e o outro, na crítica da economia política. A teoria em sentido tradicional, cartesiano, como a que se encontra em vigor em todas as ciências especializadas, organiza a experiência à base da formulação de questões que surgem em conexão com a reprodução da vida dentro da sociedade atual. Os sistemas das disciplinas contém os conhecimentos de tal forma que, sob circunstâncias dadas, são aplicáveis ao maior número possível de ocasiões. A gênese social dos problemas, as situações reais nas quais a ciência é empregada e os fins perseguidos em sua aplicação, são por ela mesma consideradas exteriores. – A teoria crítica da sociedade, ao contrário, tem como objeto os homens como produtores de todas as suas formas históricas de vida. As situações efetivas, nas quais a ciência se baseia, não são para ela uma coisa dada, cujo único problema estaria na mera constatação e previsão segundo as leis da probabilidade. O que é dado não depende apenas da natureza, mas também do poder do homem sobre ele. Os objetos e a espécie de percepção, a formulação de questões e o sentido da resposta dão provas da atividade humana e do grau de seu poder.†(Max Horkheimer, Filosofia e Teoria Crítica, 1968, em Textos Escolhidos, Coleção Os Pensadores, p. 163)
f. pr.: wkp.