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Marxismo


vb. criado em 20/08/2014, 23h56m.

Filosofia política 1818-1883. Comunismo. Antes de Marx (abr. loc.: M.) o estudo da história focava o papel dos [Herói]s e líderes, ou o das ideias. M. mudou o enfoque: “A história de todas as sociedades até hoje existentes é a história da luta de classes”. Para compreender as relações sociais basta compreender o sistema de propriedade e o modo de produção. As superestruturas (política, leis, arte, religião e filosofia) mudam quando muda o modo de produção, para servir aos interesses da nova classe dominante. O Zeitgeist é que define as pessoas (e não o contrário, como queria Hegel).

As pessoas antes eram valorizadas pelo que eram, mas a burguesia (a revolução industrial e o sistema de manufatura) reduziram o valor pessoal a valor de troca. A especialização no trabalho passou a definir a pessoa (onde viver, o que comer, o que vestir), o que levou à formação de classes em conflito (m.c.: [3]). As leis substituíram a liberdade pessoal pelo livre comércio. A burguesia “substituiu a exploração, encoberta pelas ilusões religiosas e políticas, pela exploração aberta, única, direta, brutal” [6].Todos os meios de produção econômica (terra, matéria-prima, ferramentas e fábricas) devem se tornar propriedade comum, para cada membro da comunidade poder trabalhar de acordo com sua capacidade e consumir de acordo com sua necessidade.

O modo de produção capitalista é inerentemente instável, gerando necessariamente desigualdade, pobreza e o surgimento do proletariado miserável que há de fazer a revolução.

A sociedade ideal não requer governo, apenas administração.


Epistemologia

Parte da premissa do Empirismo, mas difere de seus predecessores, que consideravam a sensação e a percepção em termos passivos: a percepção não altera a coisa percebida, são as coisas que nos afetam. Para Marx, a percepção é uma interação entre sujeito e objeto, este é transformado no processo de ser conhecido. Nossa percepção não descobre a verdade do mundo, apenas sua aparência. Portanto, também nosso conhecimento não pode ser a verdade. Ele consiste, isto sim, em métodos práticos pelos quais podemos manipular o mundo natural e adquirir controle sobre ele. Nosso conhecimento do mundo não é passivo, ele tem um propósito. É um processo de duas vias — ativo e reativo —, em conformidade com a Dialética [4].

Originalmente vivemos em harmonia com a natureza (tese). Ao nos opormos à natureza, nos apercebemos de nós mesmos como seres humanos (antítese). Dessa luta nasce nossa Consciência (síntese). Isso porque a existência material dita nossa consciência, e não vice-versa. [4].


Metafilosofia

“Até agora, de um modo ou outro, os filósofos se encarregaram de interpretar o mundo; o que é preciso é transformá-lo” [2].


Citações:

“De cada um, de acordo com suas capacidades, para cada um, de acordo com suas necessidades”.

“As ideias dominantes de cada época sempre foram as ideias de sua classe dominante”.

“Saber se é possível atribuir Verdade objetiva ao pensamento humano nada tem a ver com teoria, é uma questão puramente prática. A verdade é a realidade e o poder do pensamento, que só podem ser demonstrados na prática” [5].

“O modo de produção da vida material determina o caráter geral dos processos sociais, políticos e intelectuais da vida. Não é a consciência dos homens que determina sua existência; é, ao contrário, sua existência social que determina sua consciência.”


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Notas e adendos:

[1] f. pr.: B2011f.

[2] Feinmann.

[3] Contraditório. Quando fala dos 4 estágios da história (tribal, propriedade comunal-estatal, feudal, capitalista) aponta em cada um conflito entre uma classe dominante e uma dominada. Se não, não haveria revolução para levar de uma fase à outra. Ou não? V. B2011f 200.

[4] S2006m.

[5] S2006m 33. Comentário de Strathern: “Verdade absoluta é algo que simplesmente não existe. Aprendemos como o mundo funciona para usá-lo, para viver nele. M.c.: a ideia de ^ se aproxima da de Peirce.

[6] Do Manifesto, apud S2006m 107.