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Empirismo


vb. criado em 09/07/2013, 21h31m.

Suma: Basicamente os filósofos se dividem entre os racionalistas, que acham que o conhecimento das verdades essenciais é a priori e inato, e os empiristas, que negam as ideias inatas e defendem que todo conhecimento vem da experiência. A raiz do racionalismo estaria em Platão [2] e a do ^ em Aristóteles [3]. Kant tentou superar a dicotomia.

O ^ diz que nenhuma certeza é possível, nenhuma verdade é absoluta, já que não existem idéias inatas e o pensamento só existe como fruto da experiência sensível. A mente é uma tabula rasa ou página em branco, cujo material provém da experiência. A experiência é a única fonte válida de conhecimento. Afirma que a validade das proposições depende exclusivamente da experiência sensível. Nega qualquer outra espécie de realidade além da que se atinge pelos sentidos. Não participa da dúvida universal.

O ^faz seis afirmações básicas: (1) não há idéias inatas, nem conceitos abstratos; (2) o conhecimento se reduz a impressões sensíveis e a idéias definidas como cópias enfraquecidas das impressões sensoriais; (3) as qualidades sensíveis são subjetivas; (4) as relações entre as idéias reduzem-se a associações (contra a teoria da abstração: não se pode conceber isoladamente qualidades que não podem existir em separado, como cor e superfície; qualquer representação será individual); (5) os primeiros princípios, e em particular o da causalidade, reduzem-se a associações de idéias convertidas e generalizadas sob forma de associações habituais; (6) o conhecimento é limitado aos fenômenos e toda a metafísica, conceituada em seus termos convencionais, é impossível.

Opõe-se ao Racionalismo, mas não nega o papel da razão como organizadora dos dados dos sentidos.

comentários:

O ^ gerou muitas ramificações. Fenomenismo (Hume), Imaterialismo de Berkeley, Positivismo. Nominalismo de Occam (não-existência de conceitos abstratos e universais, mas apenas de termos ou nomes cujo sentido seria o de designar indivíduos revelados pela experiência). Locke, Hobbes, Berkeley e Hume, Bentham, Mill.

Strathern diz que Descartes, ao duvidar de tudo, menos da própria existência, reduziu o conhecimento humano, pela via racionalista, a essa única certeza. Hume, Locke e Berkeley terminaram a demolição pelo lado empirista, ao dizerem que tudo que experimentamos é uma mistura de sensações sem nenhuma validade filosófica. Foi esse absurdo que despertou Kant do seu “sono dogmático†[4].

Em T2013p se diz que empirismo e racionalismo são duas vertentes do racionalismo, porque ambos comungam da ideia da razão humana substituindo a fé como critério para explicação do mundo. Haveria, assim, um racionalismo subdidivido em (a) racionalismo puro (aqui chamado apenas racionalismo) e (b) racionalismo empirista (que aqui é tratado por empirismo).



Notas e adendos:

[1] f. pr.: G99e.

[2] Atribui o conceito de ideias inatas aos pitagóricos e a Sócrates: A2014m.

[3] B2011f 134.

[4] S1998s.