Hume
vb. criado em 20/08/2014, 23h22m.
>> Roteiro de estudo de filosofia: ant.: Voltaire. Próx.: Thomas Reid.
Epistemologia. Empirismo. Tudo o que sabemos vem das percepções da experiência; as percepções podem ser impressões (dados diretos dos sentidos; sensações, paixões e emoções [7]) ou ideias (resultado racional da combinação de impressões; pensamentos, reflexões e imaginação [7]) [6]. As ideias vêm de raciocínios que nossa experiência define como prováveis [1]; as ideias complexas são produto da generalização [6].
Dilema de ^ [8]: Só há dois tipos de proposições: raciocínios demonstrativos (cuja verdade ou falsidade é autoevidente, detectável a priori, isto é, antes da experiência ou sem experiência), e raciocínios prováveis (cuja verdade ou falsidade só pode ser constatada pela evidência empírica). Se um raciocínio não cabe numa dessas categorias, é sem significado (porque não podemos dizer se é verdadeiro ou falso). Nessa situação está a inferência indutiva (capacidade de inferir coisas a partir de evidência passada, como a relação causal), que não é raciocínio demonstrativo (porque afirmar o contrário não é contradição lógica) nem provável (porque não posso experimentar todos os eventos do tipo “causa”, porque a experiência humana é necessariamente limitada). Conjunção constante de eventos não é o mesmo que conexão necessária. O hábito mental do homem é que interpreta uniformidade na repetição regular [7].
m.c.: quando afirmo que A causa B, prová-lo dependeria de experimentar todos os A de todo universo e todo tempo, porque se fica um sem testar, a prova não foi feita. Assim, mesmo que toda noite tenha sido seguida de amanhecer desde que o homem testemunha as noites, nada prova que a noite de hoje seguirá o padrão.
Ceticismo mitigado: o ceticismo completo (ideia de que não é possível ter certeza da veracidade das impressões dos sentidos) é falso e inútil [4], porque, embora seja a crença (”Uma ideia vívida relacionada ou associada com a impressão presente”), e não a razão, que fundamenta nossas pretensões ao conhecimento, as suas conclusões são “tão satisfatórias à mente ... quanto o tipo demonstrativo” de raciocínio [7]. ^ quer limitar as investigações filosóficas aos tópicos adaptados à inteligência humana, excluindo questões sobre o sujeito e o objeto do conhecimento (?) por serem indemonstráveis [4].
Filosofia política. ”Seldom are men blessed with times in which they may think what they like, and say what they think” [3].
Ética. A moralidade não se funda na razão, mas na paixão: “Reason is, and ought only to be, the slave of the passions” [4]. A razão, isoladamente, não é capaz de motivar pessoas a agir, e não se pode derivar logicamente afirmações sobre o que alguém 'deve' fazer a partir de afirmações sobre qual 'é' a situação. O senso de justiça individual repousa no auto-interesse, generosidade limitada, utilidade, convenções, e simpatia ou espírito de corpo em relação aos sentimentos alheios [3], ou, mais simplesmente, a moralidade é o resultado do hábito [6] (”O hábito é o grande guia da vida humana” [1]). Virtude e vício derivam de impressões de aprovação ou culpa ou prazer e dor (antecipando o Utilitarismo) [4].
Teologia. Nega tudo o que ordinariamente se considera religião, exceto a prática da moralidade e a afirmação de que deus existe [3]. Não se declarava ateísta por considerar que o Ateísmo, tanto quanto o argumento teológico da existência de deus, ia além da evidência disponível [5].
Comentários. Para Hume, no había posibilidad de fundamentar la ciencia ni el conocimiento; las cosas ocurrían por el hábito, ocurrían porque ocurrían. La explicitación que Hume hace del concepto de causalidad simplemente dice que a determinadas causas siguen determinados efectos. No por ninguna necesidad universal ni por ningún hecho científico demostrable y verificable. Lo fundamental de un hecho científico es que sea verificable y que esa verificación se pueda repetir. Lo que dice Hume es que el principio de causalidad está basado en la noción de hábito, es decir, nosotros estamos simplemente habituados a que, cuando hay nubes en el cielo habitualmente, llueva. (v. Kant) [2].
m.c. sobre o acima: O comentário é simplificador e injusto. Em [4] há uma boa explicação do pensamento de ^ sobre a relação causal. Distingue entre relações entre ideias (demonstrações que são logicamente irrefutáveis a priori, algo como as verdades de razão, de Leibniz) e matérias de fato (equivalem às verdades de fato de Leibniz, podem ser contestadas, mesmo falsamente, sem incidir em erro lógico). Estabelece que a verdade é posterior ao fato, de forma que as ideias (como a ideia sobre a relação causa-efeito) só exprimem o que a mente pensa sobre a realidade. O que induz a ideia de causa-efeito é a repetição da experiência, somada à necessidade (impossibilidade de ser de outro modo). A conexão necessária é que explica a causalidade. Mas o que explica a necessidade? A experiência só cobre o presente e não diz nada sobre o futuro. Logo, a repetição não é prova da necessidade, de forma que não há conhecimento justificado das conexões causais na natureza (o que não implica negar que elas existam) [4]. O que ^ disse é que a relação causa-efeito é indemonstrável [6], não que ela inexiste. A tese de ^ não é sobre a relação de causalidade, é sobre a capacidade do entendimento humano (é gnosiológica, e não ontológica)
m.c. sobre o acima: O comentário é simplificador e injusto. Em [4] há uma boa explicação do pensamento de ^ sobre a relação causal. Distingue entre relações entre ideias (demonstrações que são logicamente irrefutáveis a priori, algo como as verdades de razão, de Leibniz) e matérias de fato (equivalem às verdades de fato de Leibniz, podem ser contestadas, mesmo falsamente, sem incidir em erro lógico). Estabelece que a verdade é posterior ao fato, de forma que as ideias (como a ideia sobre a relação causa-efeito) só exprimem o que a mente pensa sobre a realidade. O que induz a ideia de causa-efeito é a repetição da experiência, somada à necessidade (impossibilidade de ser de outro modo). A conexão necessária é que explica a causalidade. Mas o que explica a necessidade? A experiência só cobre o presente e não diz nada sobre o futuro. Logo, a repetição não é prova da necessidade, de forma que não há conhecimento justificado das conexões causais na natureza (o que não implica negar que elas existam) [4]. O que ^ disse é que a relação causa-efeito é indemonstrável [6], não que ela inexiste. A tese de ^ não é sobre a relação de causalidade, é sobre a capacidade do entendimento humano (é gnosiológica, e não ontológica)
Notas e adendos:
[1] V2013g.
[2] Feinmann.
[3] RAYNOR, DAVID. “Hume, David.” Encyclopedia of Science and Religion. 2003. Retrieved April 08, 2015 from Encyclopedia.com: http://www.encyclopedia.com/doc/1G2-3404200265.html.
[4] “David Hume.” Encyclopedia of World Biography. 2004. Retrieved April 08, 2015 from Encyclopedia.com: http://www.encyclopedia.com/doc/1G2-3404703140.html.
[5] JOHN BOWKER. “Hume, David.” The Concise Oxford Dictionary of World Religions. 1997. Retrieved April 08, 2015 from Encyclopedia.com: http://www.encyclopedia.com/doc/1O101-HumeDavid.html.
[6] Barsa.
[7] B2011f.
[8] Também chamado Problema da indução
[1] V2013g.
[2] Feinmann.
[3] RAYNOR, DAVID. “Hume, David.” Encyclopedia of Science and Religion. 2003. Retrieved April 08, 2015 from Encyclopedia.com: http://www.encyclopedia.com/doc/1G2-3404200265.html.
[4] “David Hume.” Encyclopedia of World Biography. 2004. Retrieved April 08, 2015 from Encyclopedia.com: http://www.encyclopedia.com/doc/1G2-3404703140.html.
[5] JOHN BOWKER. “Hume, David.” The Concise Oxford Dictionary of World Religions. 1997. Retrieved April 08, 2015 from Encyclopedia.com: http://www.encyclopedia.com/doc/1O101-HumeDavid.html.
[6] Barsa.
[7] B2011f.
[8] Também chamado Problema da indução
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