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Maquiavel
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Religião
Trigo, Pensamento filosófico


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Bacon


vb. criado em 19/09/2014, 21h55m.

    >> Roteiro de estudo de filosofia: ant.: Descartes. Próx.: Pascal. Este vb. refere-se a Francis Bacon.

1600-1663. Liberal na teoria e reacionário na prática [1]. “O Conhecimento é em si mesmo um poderâ€. Inaugurou a tradição do Empirismo: aquisição do conhecimento mediante um rigoroso método experimental [2]. “A melhor prova é a experiência†[3].

Aristóteles conhecia a Indução, mas sua lógica era predominantemente Dedução, e o Silogismo seu ideal. ^ percebeu que isso mantinha a ciência estagnada porque enfatizava o pensamento teórico e não a observação prática. Propõs um novo método: o estudo indutivo da natureza mediante experimentação.

“A natureza, para ser comandada, deve ser obedecidaâ€.

^ previu que um século de invenções poderia criar mais problemas do que seria capaz de resolver, se a natureza humana não mudasse.

Verbere sed audi (atacai-me, se quiserdes, mas ouvi-me).

O cientista deve lutar contra os â€Ã­dolos da mente†(barreiras psicológicas à busca de conhecimento científico), que são: a) â€Ã­dolos da triboâ€, a tendência dos humanos como espécie ou tribo que generaliza; b) â€Ã­dolos da cavernaâ€, inclinação para impor pré-concepções sobre a natureza, em vez de examinar o que realmente está lá; c) â€Ã­dolos do mercadoâ€, facilidade com que deixamos as convenções sociais distorcerem nossa experiência; d) â€Ã­dolos do teatroâ€, a influência deformadora dos dogmas filosóficos e científicos predominantes [3].

“Tempera†sua ~f com religião, “como se fosse salâ€. “Prefiro acreditar em todas as fábulas da Lenda Dourada, do Talmude e do Alcorão a acreditar que esta estrutura universal não tenha espíritoâ€.

Causas do ateísmo: entre outras, “os tempos eruditos, em especial os de paz e prosperidade, pois dificuldades e adversidades fazem as mentes dos homens curvarem-se à religiãoâ€.

A fé deve se ater às convicções para as quais a ciência e a ~f não conseguem encontrar evidências, mas a ~f deve depender apenas da razão, e a ciência deve procurar explicações puramente seculares, em termos de causa e efeito físicos.

Aceitou francamente o princípio pelo qual os estados não se subordinam ao código moral que ensinam aos seus cidadãos (v. Maquiavel).

“Na juventude de um Estado, o que floresce são as armas; na meia-idade de um Estado, a sabedoria; ... no declínio de um Estado, as atividades mercantis e os mercadoresâ€.

“Deve-se usar boa política para que os tesouros e o dinheiro do Estado não fiquem reunidos em poucas mãos ... O dinheiro é como palha, só é bom quando espalhadoâ€.

Campanella: “tantum possumus quantum discimus†(podemos tanto quanto soubermos).

“A little philosophy inclineth man's mind to atheism; but depth in philosophy bringeth men's minds about to religionâ€.

“conhecimento é poder†[4].

“Se um homem for começar com certezas, deverá terminar com dúvidas. Mas, se ele se contentar em começar com dúvidas, pode acabar em certezas†[4].


Notas e adendos:

[1] f. pr.: D2012h.

[2] V2013g.

[3] B2011f. Ou, numa versão mais “popularâ€: a) ter como verdade tudo que os sentidos apresentam; b) ter como verdade tudo que a educação transmite; c) confiar demais no prestígio e na autoridade; d) entender equivocadamente o sentido das palavras.

[4] C2015f.