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Iluminismo


vb. criado em 19/08/2014, 10h46m.

Com o “penso, logo existoâ€, ^ diz que o sujeito capitalista que ele representa se define pela Subjetividade (isto é, pelo pensamento), e que a subjetividade é a partir de agora o fundamento de todo o existente. A subjetividade passa a ser o sujeito, o subjectum, o que subjaz a tudo que existe. A subjetividade do homem se torna o ponto de partida de todo raciocínio. Colocado o homem no centro, nasce o Humanismo, uma concepção que faz do homem o ponto de partida epistemológico fundamental /Epistemologia/ [2].

^ diz “penso, logo existoâ€; logo Kant dirá 'as condições de possibilidade do sujeito são as mesmas do objeto', e depois Hegel dirá 'tudo consiste em conceber a substância como sujeito'. Esse partir do sujeito como ponto inicial para o conhecimento da realidade é o que define uma filosofia como idealista: aquela que parte do eu para conhecer a realidade. O sujeito é aquele que constitui a realidade.

Uma revolução consiste em por no centro da história a classe historicamente mais moderna, mais revolucionária. A [Revolução francesa] põe o homem capitalista burguês na centralidade, a Burguesia derruba a monarquia e se adona do poder. O homem capitalista passa a ter a aptidão de fazer a história.

Kant vem após Descartes num sentido histórico fundamental. Ao tempo de Kant a Burguesia já se adonou do poder; por isso Kant tem outra relação com a realidade externa, que não pertence mais à monarquia, não é mais algo que tem de ser apanhado, dominado, tomado. Logo, o objeto kantiano não é alheio ao sujeito, não é preciso recorrer a nenhuma veracidade divina. O sujeito kantiano constitui ao objeto, o faz seu, o cria.

A fil. iluminista [1] via a razão como uma luz, um poder capaz de organizar a realidade, dar-lhe uma ordem que não tinha. Nesse sentido, é uma fil. totalmente revolucionária. O iluminista confia tanto em sua razão que se sente validado para impor sua razão aos fatos e modelar a realidade de acordo com os ditames da sua razão. A deusa-razão se subleva contra a realidade, não crê na realidade, revoluciona-a até que a realidade se relacione com ela como um espelho, lhe devolvendo o que ela crê que a realidade deva ser.


notas e adendos:

[1] Em V2013g a modernidade ou iluminismo é demarcada por novidades: a) a razão (o raciocínio matemático) é que explica o mundo, b) questões como a natureza do universo deixam de pertencer à ~f, c) as coisas externas passam a ser tratadas como conceitos (tudo o que pode ser conhecido deve ser transformado num conceito, que possa ser interpretado).

[2] f. pr.: Feinmann. Este parágrafo e os dois seguintes são trechos do vb.. Descartes, por Feinmann, n. ed..