Schopenhauer
vb. criado em 26/09/2014, 21h46m.
- “Deveria um músico sentir-se lisonjeado com o aplauso entusiasta da platéia, se soubesse que eram quase todos surdos?â€
â€as mulheres são um obstáculo à grandeza da humanidade.â€
“Há muito sou de opinião de que o volume de ruÃdo que alguém pode suportar confortavelmente é inversamente proporcional à sua capacidade mental.â€
Bio e suma. 1788-1860. MetafÃsica, filosofia, Idealismo. “O Tédio não é nada além da sensação do vazio da existênciaâ€. O mundo e os homens são guiados por uma vontade irracional, por desejos impossÃveis de satisfazer; realizada uma vontade, surge outra. O caminho da Felicidade é a castidade e a renúncia. Nada é mais importante que amar, mas o Amor é um artifÃcio biológico para garantir a sobrevivência da espécie: o amor vem da vontade de viver, isto é, ter filhos. O 1º a apontar razões inconscientes e biológicas da [Paixão] [1].
Ontologia, Epistemologia. Todo homem toma os limites de seu próprio campo de visão como os limites do mundo. Os mundos fenomênico (abr. loc.: MF) e numênico (abr. loc. NW) não são distintos, são o mesmo mundo, sentido de maneira diferente, um mesmo mundo com dois aspectos, Vontade e Representação (abr. loc.: V. e RP.). Por exemplo, ora experimentamos nossos corpos como objetos (RP.) ora a partir de dentro (como V.) [5]. Um ato de V., como desejar levantar o braço, e o movimento resultante, não estão em mundos separados, são um mesmo acontecimento sentido de duas formas distintas, um experimentado a partir de dentro e o outro observado a partir de fora. Quando vemos algo fora de nós, vemos só sua RP. objetiva, mas sua realidade interior, ou V., continua integrando o mundo com suas mesmas e simultâneas existências interior e exterior [2] [6].
A V. é uma energia pura que não tem direção ativa (é cega, despropositada, isto é, destituÃda de objetivo [3]) e é responsável por tudo o que se manifesta no MF. [Espaço] e Tempo são do MF, não existem fora de nossas mentes, a V. do mundo não indica o tempo nem segue leis causais ou espaciais, a V. é atemporal e indivisÃvel. A V. do universo e a V. individual são uma única coisa [2].
Pessimismo: homem à mercê da V. universal que é uma força despropositada e irracional. O mundo não é bom nem ruim, não tem significado. A luta humana por Felicidade pode levar, no máximo, a satisfação, mas usualmente leva a sofrimento. O alÃvio da angústia depende da privação da V. de satisfação, da contemplação Estética, especialmente da [Música], arte que não tenta representar o MF [2].
Ética: a bondade moral pode surgir da compaixão universal. Isso depende de entendermos que a separação entre eu e mundo é ilusória, para sentirmos empatia pelo todo [2]. Nossa única esperança é nos libertarmos do poder da V. universal e da carga de individualidade e egoÃsmo atada a ela [3].
Arte. V. o que foi dito acima sobre pessimismo. A música é a ^^ mais elevada, depois a poesia, por último a forma mais inferior, a arquitetura (m.c.: parece colocar o mais concreto na base e o mais abstrato (a música, que não tenta representar o MF), no topo).
Filosofia polÃtica. O Estado não pode ser condição da liberdade ou da moralidade, porque “o Estado dificilmente é dirigido contra o egoÃsmo em geral. Ao contrário, ele surgiu através do egoÃsmo e existe apenas para favorecê-lo. Esse egoÃsmo sabe muito bem onde reside seu interesse máximo. Ele procede metodicamente, renunciando ao limitado ponto de vista individual em favor do ponto de vista universal, tornando- se, dessa forma, o egoÃsmo comum a todos. O Estado é, portanto, criado na suposição de que seus cidadãos não se comportarão de acordo com a moral — ou seja, não escolherão agir de modo correto por razões morais (isto é, para o bem de todos). Pois, em primeiro lugar, se esse fosse o caso, não haveria necessidade do Estado. Assim, o Estado, que pretende promover o bem-estar de todos os cidadãos, de modo algum é orientado contra o egoÃsmo em geral. É orientado apenas contra a multiplicidade de egoÃsmos particulares e seu efeito deletério sobre o egoÃsmo coletivo, que deseja o bem-estar comum†[7].
Comentários e citações:
“... como podia Schopenhauer afirmar que por trás do mundo de aparências jazia uma vontade fria, escura, inflexÃvel e irrefletida? Segundo ele, todos nós temos a oportunidade de ver além do mundo das aparências, olhando para dentro de nós mesmos†[3].
“A Coisa em si refere-se àquilo que existe independentemente de nossa percepção sensorial. Em outras palavras, é aquilo que realmente e verdadeiramente é. Demócrito deu a isso o nome de [Matéria]; afinal, assim o fez também Locke; para Kant era um x ; e para mim é a vontade†[4].
Isso é excelente: “Queixamo-nos de que vivemos na ignorância, incapazes de entender a relação entre todos os fatos da existência e, em particular, a relação entre nossa existência particular e o todo da existência. Não apenas a vida é curta, mas nosso conhecimento dela é drasticamente limitado. Não conseguimos olhar para trás e ver aquém do nosso nascimento ou olhar para a frente e ver além da morte. Nossa consciência é uma centelha passageira no meio da noite. É como se algum demônio maligno tivesse limitado nossa capacidade de saber, de modo a poder se regozijar com nossa inquietação. Essa queixa, porém, é injustificada. Baseia-se na idéia errônea de que o mundo foi criado por um intelecto e, por conseguinte, existiu como imagem mental (ou representação) antes de se tornar real. De acordo com essa visão equivocada, o mundo derivou do conhecimento, sendo, dessa forma, acessÃvel ao conhecimento — capaz de ser por ele analisado e totalmente compreendido. Mas a verdade é que aquilo de que nos queixamos não saber não é do conhecimento de ninguém ou de qualquer coisa e é, em si, absolutamente incognoscÃvel. É, na realidade, inconcebÃvel†(^, Parerga...).
“... como podia Schopenhauer afirmar que por trás do mundo de aparências jazia uma vontade fria, escura, inflexÃvel e irrefletida? Segundo ele, todos nós temos a oportunidade de ver além do mundo das aparências, olhando para dentro de nós mesmos†[3].
“A Coisa em si refere-se àquilo que existe independentemente de nossa percepção sensorial. Em outras palavras, é aquilo que realmente e verdadeiramente é. Demócrito deu a isso o nome de [Matéria]; afinal, assim o fez também Locke; para Kant era um x ; e para mim é a vontade†[4].
Isso é excelente: “Queixamo-nos de que vivemos na ignorância, incapazes de entender a relação entre todos os fatos da existência e, em particular, a relação entre nossa existência particular e o todo da existência. Não apenas a vida é curta, mas nosso conhecimento dela é drasticamente limitado. Não conseguimos olhar para trás e ver aquém do nosso nascimento ou olhar para a frente e ver além da morte. Nossa consciência é uma centelha passageira no meio da noite. É como se algum demônio maligno tivesse limitado nossa capacidade de saber, de modo a poder se regozijar com nossa inquietação. Essa queixa, porém, é injustificada. Baseia-se na idéia errônea de que o mundo foi criado por um intelecto e, por conseguinte, existiu como imagem mental (ou representação) antes de se tornar real. De acordo com essa visão equivocada, o mundo derivou do conhecimento, sendo, dessa forma, acessÃvel ao conhecimento — capaz de ser por ele analisado e totalmente compreendido. Mas a verdade é que aquilo de que nos queixamos não saber não é do conhecimento de ninguém ou de qualquer coisa e é, em si, absolutamente incognoscÃvel. É, na realidade, inconcebÃvel†(^, Parerga...).
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Notas e adendos:
[1] V2013g.
[2] B2011f.
[3] S998s.
[4] ^, Parerga et paralipomena.
[5] “Apenas em um ponto tenho acesso a outro mundo que não seja o da representação. Esse ponto está dentro de mim. Quando percebo meu corpo, isso é representação Mas também estou consciente dos anseios que dão origem a essa representação: isso é a vontade. Apenas dentro de mim tenho de fato esse duplo conhecimento de vontade e representação†(^, O mundo...).
[6] Fora nosso próprio corpo, nenhum outro objeto chega ao nosso conhecimento de maneira dupla, como V. e RP.; do resto do mundo só temos acesso à RP. Mas podemos supor que os outros objetos, já que são semelhantes ao nosso corpo de um dos modos (isto é, do modo da RP.), também são semelhantes quanto ao outro modo (isto é, a V.). Isso porque, fora V. e RP., não conhecemos mais nada, nem podemos conceber mais nada (pfs. de uma citação de ^ apud S1998s).
[7] ^, O mundo...
Notas e adendos:
[1] V2013g.
[2] B2011f.
[3] S998s.
[4] ^, Parerga et paralipomena.
[5] “Apenas em um ponto tenho acesso a outro mundo que não seja o da representação. Esse ponto está dentro de mim. Quando percebo meu corpo, isso é representação Mas também estou consciente dos anseios que dão origem a essa representação: isso é a vontade. Apenas dentro de mim tenho de fato esse duplo conhecimento de vontade e representação†(^, O mundo...).
[6] Fora nosso próprio corpo, nenhum outro objeto chega ao nosso conhecimento de maneira dupla, como V. e RP.; do resto do mundo só temos acesso à RP. Mas podemos supor que os outros objetos, já que são semelhantes ao nosso corpo de um dos modos (isto é, do modo da RP.), também são semelhantes quanto ao outro modo (isto é, a V.). Isso porque, fora V. e RP., não conhecemos mais nada, nem podemos conceber mais nada (pfs. de uma citação de ^ apud S1998s).
[7] ^, O mundo...
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