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Tempo


vb. criado em 05/07/2014, 11h02m.



Salvador Dali. Persistência da memória. 1931. Clique no link para rel://files/the-persistence-of-memory-1931.jpg!HalfHD.jpg

    â€Que é, pois, o tempo? Quem poderá explicá-lo clara e brevemente? Quem poderá apreendê-lo, mesmo só como pensamento, para depois nos traduzir por palavras o seu conceito? E que assunto mais familiar e mais freqüente nas nossas conversas do que o tempo? Quando dele falamos, compreendemos o que dizemos. Compreendemos também o que nos dizem quando dele nos falam. O que é, por conseguinte, o tempo? Se ninguém me perguntar, eu sei; se quiser explicá-lo a quem me fizer a pergunta, já não sei. Porém, atrevo-me a declarar, sem receio de contestação, que, se nada sobrevivesse, não haveria tempo futuro, e se agora nada houvesse, não existia o tempo presente. De que modo existem aqueles dois tempos – o passado e o futuro – se o passado já não existe e o futuro ainda não veio? Quanto ao presente, se fosse sempre presente e não passasse para o pretérito, já não seria tempo mas eternidade. Mas se o presente, para ser tempo, tem necessariamente de passar para o pretérito, como podemos afirmar que ele existe, se a causa da sua existência é a mesma pela qual deixará de existir? Para que digamos que o tempo verdadeiramente só existe porque tende a não ser?†(Agostinho de Hipona, Confissões, Livro XI, cap.14).

    â€Três meses, três minutos! Eis toda a verdade da vida. Se os pusessem sobre uma grelha, como São Lourenço, cinco minutos eram cinco meses. E ainda se fala em tempo! Há lá tempo? O tempo está nas impressões. Há meses para os infelizes e minutos para os venturosos†(Machado de Assis, Contos fluminentes).

    â€o tempo não é uma corda que se possa medir nó a nó, o tempo é uma superfície oblíqua e ondulante que só a [Memória] é capaz de fazer mover e aproximar†(Saramago, O evangelho segundo Jesus Cristo).

    â€amanhã também é hoje†(Clarice Lispector, A hora da estrela, p.33).
dicta: O Tempo, [Cronos], castra o [Pai] /[Castração]/. O mundo tornou-se um lugar fechado, ordenado, limitado pelo [Céu] e pela [Terra], no qual homens e [Deuses] se enfrentariam, se odiariam e adorariam até a morte (v. [Papisa]).

Heidegger, Existencialismo: o Ser é o próprio Tempo, isto é, a existência é o tempo corporificado e os humanos são o tempo encarnado.

Para conciliar Plotino com o Gênesis, Agostinho de Hipona criou um conceito de Tempo: Deus existe fora do tempo, o qual começou somente com a criação do mundo. Para Agostinho o tempo é subjetivo e existe na mente humana como um aspecto de nossa maneira de ver as coisas. Não podemos ver o mundo de outra forma – embora a realidade última não esteja sujeita ao tempo.