Iniciação
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>>[Roteiro de estudo dos principais símbolos], próx.: [//Autoconhecimento]
‘Ritual é participação de grupo no mais hediondo dos atos, que é o ato da vida — especificamente, matar e comer outro ente vivo. Fazemos isso juntos, e assim é a vida’ (p.69].
Os mitos primitivos ajudam a psique a participar, sem culpa ou receio, do ato necessário da vida (f.: [Campbell], Joseph & Moyers, Bill. O poder do mito. Trad. Carlos Felipe Moisés. São Paulo: Palas Athena, 1990.,p. 76].
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O arquétipo de iniciação.
A criança tem originalmente um sentido completo do self. Depois, enquanto cresce, do self emerge a consciência individualizada do ego.
A imagem do herói é o meio simbólico pelo qual o ego se separa dos arquétipos evocados pela imagem dos pais na 1ª infância.
O ego individual aparece na transição da infância para a meninice. Mas essa separação não pode ser absoluta: o ego tem sempre que voltar atrás e restabelecer relações com o self.
Na iniciação rompem-se os laços com o mundo infantil e o grupo tem de tornar-se um novo pai ou mãe para o indivíduo a fim de substituir o arquétipo parental original abandonado. Vide §159.
O ritual de iniciação envolve sempre uma morte simbólica (identidade temporariamente destruída ou dissolvida no inconsciente coletivo) e um salvamento solene pelo renascimento.
A identidade original entre mãe e criança equivale à do ego com o self? (p.130]
O conflito original entre ego e self se repete em todas as transições; a cada uma o arquétipo do herói é chamado a defender o ego consciente da morte (dissolução) que se aproxima.
Arquétipos de iniciação. Ritos de passagem. Mistérios.
Entre os jovens o tema mais comum é a prova de força.
Mito do herói: esgota suas forças, alcança o sucesso mesmo que depois seja morto por causa da hybris.
Rito da iniciação: o noviço tem de renunciar a toda ambição, aceitar a morte, fazer a prova sem esperar sucesso.
Símbolos de transcendência (149].
91. O objetivo fundamental da iniciação é domar a turbulência da natureza jovem ([Trickster]). A iniciação tem propósito civilizador (espiritual).
92. Conflito entre aventura e disciplina, mal e virtude, liberdade e segurança. Ambivalência.
93. A iniciação envolve um rito de submissão, depois um período de contenção e depois um de libertação.
94. Alguns homens precisam ser provocados, sua iniciação tem a violência do rito de trovão dionisíaco. Outros tem de ser dominados, e a submissão vem da organizada planificação dos templos, religião apolínea /v. Apolíneo e dionisíaco/.
Uma iniciação completa abrange os dois temas.
95. Outro tipo de simbolismo refere-se à libertação do homem (ou sua transcendência) de uma forma restritiva de vida para progredir a um estágio superior mais amadurecido de sua evolução.
96. A criança, antes do surgimento do ego consciente, possui um sentido de totalidade/integridade.
No adulto esse sentido é obtido por uma união do consciente com os conteúdos inconscientes da sua mente. Função transcendente da psique.
O homem pode alcançar sua mais elevada finalidade: a plena realização das potencialidades do seu self. “...Valores para criar, e não apenas inventar, um novo padrão de vida”.
(f.: Jung, C. G. et allii (2000). O homem e seus símbolos. Rio de Janeiro : Ed. Nova Fronteira.]
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