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Édipo




index do verbete

feijó.

Herói trágico: humanizado. Em vez do encontro com o destino, a narrativa é da descoberta por Édipo de sua verdadeira identidade: Cego e sem poder. Na tragédia, o que se destaca é a luta do herói contra o destino. O herói trágico é derrotado diante da força do destino, mas o que humaniza, é exatamente a sua luta contra isso. O herói trágico não se conforma com o seu destino. Esta é a sua essência. ~Feijó

n. ed.: [Feijó, O que é herói]

foster

A verdadeira calamidade de ^ é não conhecer a si mesmo. ~F010p

édipo rei

f.: wkp

Édipo Tirano, em transliteração) é uma peça de teatro grega, em particular uma tragédia, escrita por Sófocles por volta de 427 a.C.. Aristóteles, na sua Poética, considerou esta obra o mais perfeito exemplo de tragédia grega.

Édipo Rei é a primeira obra de um conjunto que inclui também [Antigona] e Édipo em Colono. Centra-se na família de Édipo, descrevendo eventos com mais de 8000 anos. A história desta família é determinada por uma profecia que Édipo irá matar o seu pai e casar com a sua mãe; a acção desta primeira peça é a descoberta da realização dessa profecia.

Freud elevou o mito de Édipo a um dos pilares da psicanálise clássica. A definição do Complexo de Édipo.1 remonta a uma carta enviada por Freud a seu amigo Fliess, em que discute relações de poder e saber num drama encenado tipicamente por pai, mãe e filho.

Em A verdade e as formas jurídicas, Michel Foucault2 fez uma análise das práticas judiciárias da Grécia antiga através da história de Édipo contada por Sófocles.

Monte Citerão, entre Tebas e Corinto. Com os pés amarrados, um bebê tebano deve ser deixado ali para morrer. Por piedade, um pastor coríntio consegue levá-lo para sua cidade, onde será adotado pelo rei Pólibo. Muitos anos depois, consultando o oráculo de Delfos para esclarecer uma dúvida sobre sua origem, o jovem, de nome Édipo, é atingido por uma terrível profecia: seu destino é matar o pai e desposar a própria mãe. A fim de evitar o desastre, Édipo abandona Corinto. Em suas andanças, encontra um velho homem, que o maltrata. Encolerizado, mata o viajante e quase toda sua comitiva (um só homem escapa). Seguindo sem rumo, chega às portas de Tebas, onde a Esfinge propõe-lhe um enigma. Se errar, morrerá. A resposta de Édipo salva a sua vida e a da cidade. Como dupla recompensa, recebe de [Creonte] – irmão da rainha e até então regente de Tebas – o título de rei e a mão de [Jocasta], viúva de [Laio], o rei assassinado misteriosamente.

Passam-se mais de quinze anos. Uma peste terrível assola a cidade. Após consulta ao oráculo de Delfos, Creonte diz ao rei que, para livrar a cidade do flagelo, é preciso encontrar e punir o assassino de Laio. Édipo diz aos tebanos que o criminoso, banido, será maldito para sempre. O cego [Tirésias], chamado para ajudar nas investigações, diz a Édipo que o assassino está mais perto do que ele imagina. O rei se lembra então da antiga profecia que o fez sair de [Corinto] e teme ter fracassado na tentativa de se opor ao seu destino. Nesse ínterim, chega um mensageiro de Corinto noticiando a morte de Pólibo, de quem Édipo não era filho legítimo, conforme se vem a saber. Quase ao mesmo tempo, aparece o homem que compunha a comitiva de Laio no dia em que este foi morto. Trata-se do mesmo pastor que abandonara o bebê no monte Citerão. Aquela criança está agora diante dele: é o rei de [Tebas]. Tudo se revela: Édipo matara seu verdadeiro pai (Laio) e desposara sua mãe (Jocasta).

A rainha suicida-se e Édipo fura os próprios olhos. Cego, Édipo decide abandonar a cidade. Seguindo a sugestão de Creonte, porém, permanece por mais algum tempo em Tebas. Testemunhando a luta de seus dois filhos pelo poder, amaldiçoa-os e torna-se novamente andarilho; sua filha Antígona guia-o. Ao aproximar-se dos bosques de Colono, pressente que logo morrerá. A terra que o acolhe se torna sagrada.

...
Após derrotar a [Esfinge] que aterrorizava Tebas, que lançara um desafio (â€Qual é o animal que tem quatro patas de manhã, duas ao meio-dia e três à noite?â€), Édipo conseguiu desvendar, dizendo que era o homem. “O amanhecer é a criança engatinhando, entardecer é a fase adulta, que usamos ambas as pernas, e o anoitecer é a velhice quando se usa a bengalaâ€.

pga

A lenda da família dos labdácidas, à qual pertencem Laio e Édipo, faz parte do Ciclo Tebano. Há várias versões, um tanto conflitantes; a mais conhecida, adotada aqui, foi transmitida pelos poetas trágicos.

Laio

Laio (gr. Λάϊος) era filho de Lábdaco, rei de Tebas, e reinou na cidade logo depois de Anfíon e Zeto. Consta que os deuses amaldiçoaram toda a família devido aos seus amores não-naturais com Crisipo, filho de Pélops. Mais tarde, casado com Jocasta (gr. Ἰοκάστη), evitava ter filhos, pois o Oráculo de Delfos revelara que seria morto por um filho seu. Mas Jocasta embebedou-o certa vez e, decorridos os meses de praxe, Édipo (gr. Οἰδίπους) nasceu.

Horrorizado, Laio mandou expor a criança, mas o servidor apiedou-se dela e o entregou a uns servos do rei de Corinto (ou de Sicion), Pólibo, que criou Édipo como um filho. Já homem feito, Édipo encontrou-se acidentalmente com Laio em uma encruzilhada e, durante a luta que se seguiu a uma discussão, matou-o.

Morto Laio, Creonte, irmão de Jocasta, assumiu provisoriamente o trono de Tebas; Édipo simplesmente seguiu seu caminho.

Édipo em Tebas

Tebas, algum tempo depois, foi assolada por uma terrível maldição: a Esfinge, monstro alado com corpo de mulher e de leão, postou-se nas imediações da cidade e devorava todos os seres humanos ao seu alcance. Consta que ela antes apresentava às suas vítimas um enigma e devorava somente aqueles incapazes de decifrá-lo — mas ninguém nunca atinava com a resposta correta...

Nessa altura Édipo havia descoberto, graças ao Oráculo de Delfos, que estava destinado a matar o pai e casar com a mãe. Assustado, exilou-se voluntariamente de Corinto e, ao saber do problema dos tebanos, decidiu enfrentar a Esfinge. Ela perguntou-lhe qual era o animal que de manhã andava com quatro pernas, ao meio-dia com duas e à noite com três. Édipo respondeu — corretamente — que se tratava do homem, pois ele engatinhava quando jovem, andava ereto na juventude e se apoiava em uma bengala na velhice. Enraivecida e frustrada com a perpectiva de uma longa dieta, a Esfinge atirou-se de um precipício e morreu.

Édipo foi nomeado rei (â€tiranoâ€) de Tebas e ainda recebeu, como recompensa, a mão de Jocasta, viúva do rei anterior, que lhe deu os seguintes filhos: Antígona, Ismene, Etéocles e Polinices. Cumpriu-se, dessa forma, o oráculo, mas Édipo reinou sossegado em Tebas durante muitos anos.

Um dia, porém, a cidade foi assolada pela peste e, de acordo com mais um oráculo, a única maneira de debelar a doença era identificar e punir o assassino de Laio. Édipo conduziu as investigações e acabou descobrindo tudo: ele matara o próprio pai e se casara com a própria mãe.

Jocasta, ao saber da terrível verdade, enforcou-se; Édipo furou os próprios olhos com os grampos do vestido de sua mãe-esposa e abandonou Tebas, acompanhado apenas de sua filha Antígona. Antes de deixar a cidade, amaldiçoou seus filhos, Etéocles e Polinices, pois eles o desrespeitaram e destrataram. Em alguma versões, Édipo foi expulso da cidade por Creonte.

Já ancião, Édipo chegou a Colono, na Ãtica, levado por sua filha Antígona. Foi bem acolhido por Teseu, então rei de Atenas e, agradecido, pediu para ser enterrado ali mesmo. Revelou então, ao rei, que a terra que recebesse seu corpo seria abençoada pelos deuses. Ciente disso, e na iminência do ataque dos sete chefes, Creonte tentou forçá-lo a voltar para Tebas; Teseu, porém, defendeu o hóspede e Édipo, ao morrer, foi enterrado em um local de Colono que apenas Teseu conhecia.

f.: Portal grécia antiga